Foto: Beto Albert (Diário)
Iniciados em outubro de 2022, com uma previsão de ficar pronto em um ano, os trabalhos para fazer os projetos para futura duplicação dos 9 km da Faixa Nova de Camobi (RSC-287) ainda não estão prontos.
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Em entrevista à coluna, na sexta (5), o diretor geral do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Luciano Faustino, confirmou que a empresa de engenharia Engemin, de Pinhais (PR), não cumpriu mais um prazo e não entregou os projetos agora em junho.
– Estamos em reuniões com a empresa e vamos ver a necessidade de mais uma prorrogação de prazo, mas queremos ter esses projetos prontos ainda este ano – disse Faustino, citando que, se for necessário, o Daer notificará a empresa.
Se um novo prazo for dado para a Engemin, essa será a quarta prorrogação no contrato. A primeira foi em 2023, com o adiamento de outubro para o final de dezembro. Depois, foram concedidos mais quatro meses. Em março passado, a prorrogação empurrou a data de entrega dos projetos para junho passado.
Procurada, a Engemin diz as as prorrogações foram devidamente efetuadas com base em justificativas técnicas, inerentes às atividades de projeto, que é em uma região complexa.
Esses projetos vão definir onde haverá viadutos ou passagens inferiores, além de como serão os trevos, os acessos e a iluminação. A duplicação incluirá ciclovia, e o Daer avaliará ainda a possibilidade de prever corredores exclusivos para ônibus, ou deixar espaço para fazer essas vias expressas futuramente. É uma preocupação levada ao Daer para permitir uma ligação mais rápida para o transporte coletivo do Centro até o campus da UFSM.
A Engemin ganhou a licitação de R$ 1,548 milhão para fazer os estudos de tráfego e de engenharia para fazer os projetos geométricos, de terraplenagem, drenagem, restauração do pavimento da pista antiga, sinalização, trevos e acessos, iluminação, obras complementares, desapropriações e projetos estruturais de pontes e viadutos.
O edital da licitação previa que a Engemin teria de apresentar a proposta e fazer projetos para viadutos ou passagens inferiores (túneis curtos abaixo da rodovia) em três locais: trevos de acesso à UFSM na Avenida Roraima e na Estrada de Pains e na Travessa Adão Comasseto (rua asfaltada que dá acesso aos residenciais Moradas e à sede campestre do Clube Dores).
Questionei na sexta o diretor geral do Daer se já foi definido se esses três locais ou mais algum outro ponto terão mesmo viadutos. Faustino disse que ainda não tinha confirmação desses detalhes.
E as obras?
Se os projetos ficarem prontos até o final do ano, só então o Daer terá condições de fazer um orçamento e ver quanto custará a obra. Segundo o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), havia estimativas de R$ 90 milhões a R$ 180 milhões de custo, a depender da complexidade e quantidade de viadutos.
Depois da estimativa do orçamento, será preciso conseguir as verbas e licitar a obra, para contratar a construtora e fazer realmente a duplicação.
Faustino não quis mais dar previsão de licitação da obra por conta da situação financeira do Estado e da necessidade de reconstrução de várias pontes e rodovias danificadas pela enchente de maio.